sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Conscientizar para libertar: MO-VI-MEN-TO
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Mais ações, menos discurso!
Em quatro anos esta é a primeira vez que não devo participar da caminhada principal que sai da Liberdade, bairro de grande concentração da população negra em Salvador, até o campo grande, centro da cidade. Lá sim, terá muita conversa, cenário especial que servirá de palanque para as eleições de 2010. Optei em ajudar os meninos aqui, que além de serem vizinhos, acredito que necessitam mais de serem ouvidos que os "de todo ano" na Praça Municipal.
Ainda segundo Milton, alguns fazem da data uma grande comemoração com direito a shows, apresentações de grupos culturais diversos. Ele propõe uma medida diferente com ações concretas como "doação de livros, calçados, alimentação, alfabetização." É algo a se pensar, sobretudo aqui em Salvador, onde a data sequer é considerada feriado. Uma vergonha para a cidade que concentra a maior população negra fora de África.
Não é a primeira vez que me refiro às atividades do Movimento de Cultura Popular do Subúrbio, o MCPS. Acho que eles põem a mão na massa como sugere Milton. Não são ações tão difíceis de serem concretizadas. Aliás, se levarmos em consideração a desassistência pública aos moradores da região, não é tão complexo atender. O pensamento é muito simples: para quem não tem nada, o mínimo serve!
Posto isso, estarei lá, tentando fazer a diferença, colaborando com o que puder fazer nas oficinas oferecidas pelo Movimento, divulgando as atividades, fazendo o que estiver ao alcance. Mas é bom ressaltar, não somos, Milton e eu, contra as comemorações, achamos – creio –, que temos muitas conquistas a celebrar, por certo, mas passa da hora de transformar o baticun em aulas de música, que tal?
Rai Trindade - Jornalista
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Mobilizar e Libertar!!
São muito comuns os descendentes de europeus e asiáticos, que vivem no país, terem uma noção muito nítida de sua ancestralidade. Já os afros descendentes têm extrema dificuldade em reconhecê-la, Por quê? Saber de sua história é saber quem você é e qual o próximo passo deve ser dados. É um elemento fundamental para a construção da identidade. Logo não saber de sua historia é não saber quem você é e para onde você deve ir. Aproveitando esta lacuna o próprio sistema, cuja base de sustentação é o racismo e a exploração de suas vítimas, resignifica valores implantando em nossas mentes, uma identidade que nos violenta e nos obriga a andar por caminhos que nos destroem.
Todos os problemas enfrentados pelas comunidades negras são oriundos do processo de desapropriação territorial, mental, social e cultural. Fomos implantados numa sociedade construída para nos anular enquanto seres pensantes, ativos, dotados de inteligência cujas criações até hoje não souberam desvendar (Pirâmides do Egito).
É na perspectiva de desconstruir, resignificar e transformar esta sociedade que realizamos ações como o Cortejo Afro do Subúrbio revelando o que o povo negro do subúrbio tem de melhor, promovendo espaço para exposição de suas demandas, restaurando assim a consciência da saciedade que vivemos e os caminhos que queremos seguir.
Através do reconhecimento de nossa ancestralidade e sempre ativa, Reverenciamos Zumbi dos Palmares, Dandara, Luíza Mahin, Luiz Gama, todas as ondas de revolta ministradas pelos Malês, todos os Inconfidentes Baianos e Ancestrais que nos inspiram e fortalecem os nossos movimentos.
Movimento de Cultura popular do Subúrbio
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
5º Cortejo Afro do Subúrbio - 20 de Novembro, Cociente da Consciência Negra
Ainda no mês de novembro acontecerão, nas escolas públicas da região, oficinas formativas levantando os tema : Negro na mídia, Estética negra, Educandos e o Rap, Dança afro e Contos Griôs. A idéia é promover acessibilidade ao conhecimento produzido pela comunidade afro descendente e que por questões históricas, etnográficas e institucionalizadas não se dá o devido valor.
Quem promove esta ação pelo quinto ano é o Movimento de Cultura Popular de Subúrbio - MCPS que a seis anos vem desenvolvendo atividades culturais e ações de mobilização das comunidades da região. O Subúrbio enfrenta grandes problemas sociais e a maioria deles como o desemprego, violência e o genocídio da juventude são definitivos para que o dia da consciência negra (20 de novembro) seja vivido dia-a-dia como cociente da consciência negra potencializando o que a região tem de melhor conquistando seus direitos perante a sociedade soteropolitana.
Para, além disso, este ano o Cortejo homenageia Loisa Mahin, mulher negra, determinada, articuladora e contribuinte dos grupos negro emancipatórios no período colonial sendo, sua participação, fundamental na Revolta dos Malês. O objetivo é de expor os exemplos de uma ancestralidade marcada por conquistas, saberes, modelos intelectuais, cultura e poder de trans formação, principalmente das mulheres negra.